Uma comparação entre o índice de vantagem comparativa de Bowen e o tradicional índice de vantagem comparativa revelada: o caso brasileiro
Ugo Fasano Filho
Resumo
O objetivo deste trabalho é identificar setores industriais brasileiros que tenham uma (des)vantagem comparativa. Para tanto, calcula-se um índice de vantagem comparativa, baseado em dados de produção (na forma recentemente proposta por Bowen), e também um índice tradicional de vantagem comparativa revelada, baseado em estatísticas de comércio internacional, comparando-se, então, os resultados dos dois índices. Tal comparação mostra que, até certo ponto, ambos os critérios descrevem um quadro semelhante, em particular quando as categorias 5 (produtos da indústria química) e 7 (equipamentos de transporte e mecânico) das Estatísticas Padronizadas de Comércio Internacional (SITC) são excluídas. Entretanto, um número significativo de casos conflitantes aparece nos setores relativamente intensivos em capital, ou seja, o índice de Bowen sugere, de maneira sólida, que o Brasil tem uma vantagem comparativa em setores intensivos em capital, enquanto o índice tradicional não é tão categórico a esse respeito. Porém, uma vez que esta divergência não pode ser tão facilmente explicada, faz-se necessário um esforço adicional de pesquisa.
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