Pesquisa e Planejamento Econômico, volume 44 | número 1 | abril 2014

Estrutura setorial da produção e distribuição interpessoal de renda no nordeste em 2004

Fernanda Braga Tavares, Ignácio Tavares de Araújo Júnior

Resumo


Uma parcela considerável dos níveis de pobreza e de desigualdade de renda é consequência da estrutura setorial da produção e do emprego e da forma como a renda é utilizada, que fazem com que nem todas as camadas da população se beneficiem do crescimento econômico. Este trabalho avalia como estes aspectos estruturais da economia do Nordeste podem afetar a maneira como mudanças na economia manifestam-se sobre a desigualdade interpessoal de renda na região. Para tal, utilizou-se o modelo de Leontief-Miyazawa, empregando-se a matriz de insumo-produto regional de 2004 e os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) e da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), ambas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os resultados apontam que as famílias situadas nas classes de renda mais baixas são as que geram mais renda na economia, após um choque na renda exógena, porém são as que absorvem menos, havendo uma tendência de a renda induzida se concentrar nos grupos de renda mais altos. Quanto aos setores produtivos, após o choque hipotético em sua demanda, somente nove, de um total de 24 setores, melhorariam o índice de Gini. Por fim, os resultados apontam que mudanças na estrutura produtiva verificadas entre 1997 e 2004 no Nordeste contribuíram para melhorar a distribuição de renda na região.

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