Criação e destruição de postos de trabalho por tamanho de empresa na indústria brasileira
Elaine Toldo Pazello, Wasmália Bivar, Gustavo Gonzaga
Resumo
O objetivo deste trabalho é analisar o processo de geração de empregos por porte de empresa no
setor industrial, no perÌodo 1986/95. A base de dados foi criada a partir de uma subamostra da Pesquisa Industrial Anual (PIA), realizada pelo Departamento de Indústria do IBGE. De acordo com estudos recentes para outros países, a capacidade de geração de emprego atribuída às pequenas empresas é superestimada, uma vez que os resultados encontrados estão sujeitos a falácias estatísticas. A metodologia empregada neste trabalho procura evitar que os vieses associados a essas falácias distorçam os resultados. O artigo também analisa a relação entre a qualidade dos
postos de trabalho gerados e o tamanho das empresas na indústria brasileira. Dentre as diversas dimensões de qualidade do emprego, nos concentramos na análise do valor dos salários e dos benefícios pagos aos trabalhadores e na estabilidade das relações contratuais de trabalho. Os principais resultados dessa pesquisa mostram que: a) a participação percentual do conjunto de micro, pequena e média empresas é praticamente igual à participação das grandes empresas nos valores absolutos de criação e destruição de postos de trabalho; b) as pequenas empresas apresentam as maiores taxas de criação e destruição de emprego; c) as grandes empresas pagam os maiores salários e benefÌcios; e d) a estabilidade das relações de trabalho não varia muito com o tamanho da
empresa. Os resultados comprovam a alta rotatividade do mercado de trabalho brasileiro, fato já analisado em outros estudos [ver Gonzaga (1998)].
setor industrial, no perÌodo 1986/95. A base de dados foi criada a partir de uma subamostra da Pesquisa Industrial Anual (PIA), realizada pelo Departamento de Indústria do IBGE. De acordo com estudos recentes para outros países, a capacidade de geração de emprego atribuída às pequenas empresas é superestimada, uma vez que os resultados encontrados estão sujeitos a falácias estatísticas. A metodologia empregada neste trabalho procura evitar que os vieses associados a essas falácias distorçam os resultados. O artigo também analisa a relação entre a qualidade dos
postos de trabalho gerados e o tamanho das empresas na indústria brasileira. Dentre as diversas dimensões de qualidade do emprego, nos concentramos na análise do valor dos salários e dos benefícios pagos aos trabalhadores e na estabilidade das relações contratuais de trabalho. Os principais resultados dessa pesquisa mostram que: a) a participação percentual do conjunto de micro, pequena e média empresas é praticamente igual à participação das grandes empresas nos valores absolutos de criação e destruição de postos de trabalho; b) as pequenas empresas apresentam as maiores taxas de criação e destruição de emprego; c) as grandes empresas pagam os maiores salários e benefÌcios; e d) a estabilidade das relações de trabalho não varia muito com o tamanho da
empresa. Os resultados comprovam a alta rotatividade do mercado de trabalho brasileiro, fato já analisado em outros estudos [ver Gonzaga (1998)].
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