Avaliação da eficiência técnica dos municípios brasileiros na educação pública
Bernardo Patta Schettini
Resumo
Este artigo estima escores de eficiência técnica por meio da análise envoltória de dados (DEA), com o intuito de compreender quais fatores explicam os diferenciais nas taxas de retorno entre os municípios brasileiros no ensino fundamental público. Quatro aspectos do trabalho são dignos de nota: i) considera um rol amplo de insumos e produtos; ii) abrange municípios de todo o Brasil, diferentemente dos estudos prévios com validade externa incerta; iii) analisa cuidadosamente a influência das observações extremas, estima o viés dos escores intrínseco a técnica não paramétrica e obtém coeficientes e erros-padrão no modelo econométrico que apresentam melhores propriedades estatísticas; e iv) implementa dois testes de comparação de grupos para compreender a influência de algumas políticas. Cumpre destacar alguns dos resultados novos: i) a ineficiência média caiu de 24% para 12% após eliminar as observações mais influentes, mas com a correção do viés chegou-se a estimativa final de 17%, que ainda é bem menor do que nos estudos anteriores; ii) a região mais ineficiente na esfera municipal é o Centro-Oeste, o que fica mais claro após levar em consideração a escassez dos insumos não discricionários no Nordeste; e iii) a disseminação nas escolas de programas de reforço de aprendizagem e de redução das taxas de abandono ou reprovação, assim como a existência de plano municipal de educação e consócio público na área, está associada a maiores níveis de eficiência técnica.
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