A evolução das desigualdade de renda e de consumo ao longo do ciclo da vida
Sergio Firpo
Resumo
Com relação à desigualdade de renda, a desigualdade de consumo tende a ser um indicador bem mais fiel da disparidade permanente de recursos disponíveis e de bem-estar entre famlias. Ademais,´em teoria, pode-se prever o padrão de evolução temporal da desigualdade para uma mesma coorte. Segundo a hipótese da renda permanente, espera-se que a desigualdade de consumo para uma mesma coorte cresça com o tempo. Caso haja impedimentos à validade dessa hipótese, tais
como consumidores prudentes ou restrição de crédito, a desigualdade de consumo passa a depender da evolução da distribuição de renda e de rendimentos do trabalho, podendo, então, crescer ou não com o tempo.
Este trabalho apresenta, a partir dos microdados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE, como evoluÌram entre os biênios 1987/88 e 1995/96 as desigualdades de renda e de consumo entre famílias no Brasil. A análise é feita dividindo-se as famílias segundo a década de nascimento e o grau de instrução do chefe.
Os resultados revelam o aumento das desigualdades de renda, da renda do trabalho e de consumo entre os dois períodos observados. Deve-se notar que a evolução da dispersão do consumo tende a ser mais independente da evolução da desigualdade de renda entre coortes mais jovens e com maior nível de capital humano. Tal fato é explicado por uma possível menor restrição a crédito com a qual essas famÌlias se deparam, quando comparadas com outros grupos educacionais ou coortes.
Vale realçar que entre famílias com chefes com baixa educação o aumento da desigualdade de consumo é acompanhado pelo da desigualdade de renda, algo previsto pelos modelos de restrição de crédito.
como consumidores prudentes ou restrição de crédito, a desigualdade de consumo passa a depender da evolução da distribuição de renda e de rendimentos do trabalho, podendo, então, crescer ou não com o tempo.
Este trabalho apresenta, a partir dos microdados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE, como evoluÌram entre os biênios 1987/88 e 1995/96 as desigualdades de renda e de consumo entre famílias no Brasil. A análise é feita dividindo-se as famílias segundo a década de nascimento e o grau de instrução do chefe.
Os resultados revelam o aumento das desigualdades de renda, da renda do trabalho e de consumo entre os dois períodos observados. Deve-se notar que a evolução da dispersão do consumo tende a ser mais independente da evolução da desigualdade de renda entre coortes mais jovens e com maior nível de capital humano. Tal fato é explicado por uma possível menor restrição a crédito com a qual essas famÌlias se deparam, quando comparadas com outros grupos educacionais ou coortes.
Vale realçar que entre famílias com chefes com baixa educação o aumento da desigualdade de consumo é acompanhado pelo da desigualdade de renda, algo previsto pelos modelos de restrição de crédito.
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