Pesquisa e Planejamento Econômico, volume 48 | número 2 | agosto 2018

Renda interna bruta real, ganhos de comércio e termos de troca no Brasil de 1948 a 2016

Estêvão Kopschitz Xavier Bastos, Pedro Américo de Almeida Ferreira

Resumo


Neste trabalho calcula-se, para o Brasil, o agregado macroeconômico renda interna bruta real (RIBR) e os ganhos de comércio (GCs) advindos de mudanças nos termos de troca, no período de 1948 a 2016, segundo metodologia proposta no Manual de Contas Nacionais 20084 (European Commission et al., 2009). A RIBR equivale à soma do produto interno bruto real (PIBR) com os GCs, e inclui, portanto, efeitos das variações nos termos de troca que não são capturados pelo PIBR. Este cálculo é recomendado pelas convenções internacionais de contas nacionais, mas não é realizado no Brasil desde 1990, só existindo dados oficiais para o período 1970-1989. Em alguns períodos, e mesmo em anos isolados, a diferença encontrada entre as duas medidas foi significativa. Por exemplo: de 1974 a 1990, a RIBR cresceu 7,3% menos do que o PIBR; de 1991 a 1996, ela cresceu 2,7% a mais do que o PIBR; de 2005 a 2011, cresceu 3,3% a mais do que o PIBR. Nesse último período, apenas em 2010, a diferença favorável à RIBR foi de 1,8%. De 2012 a 2016, a sua variação foi 2,6% inferior à do PIBR. Esses resultados foram obtidos usando-se como deflator para a balança de bens e serviços o deflator da absorção interna. São apresentados também, comparativamente, resultados obtidos com o uso do deflator das importações e com a média entre o deflator das exportações e o das importações.

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