Pesquisa e Planejamento Econômico, volume 29 | número 3 | dezembro 1999

A matriz insumo-produto do Mercosul para 1990: interdependência setorial entre a produção e a demanda final

Marco Antonio Montoya

Resumo


Este artigo apresenta brevemente a estrutura de um modelo insumo-produto desenvolvido para o Mercosul, sua metodologia de construção e seu processo de compilação, para logo caracterizar, nos mercados da Argentina, do Brasil, do Chile e do Uruguai, as relações intersetoriais domésticas, intra e extrabloco que existem entre a demanda final e a produção. Verificou-se, em termos relativos, maior inserção das economias chilena e uruguaia no mercado internacional em relação
às economias da Argentina e do Brasil. Os coeficientes de produção induzida, em geral, sugerem que aumentos na demanda final dos países resultam em grandes aumentos na produção das indústrias
domésticas. Na estrutura de exportações da Argentina, do Chile e do Uruguai as atividades que mais se destacam são as das indústrias agropecuárias e de processamento de recursos primários; contrariamente a essas características, no Brasil as exportações são diversificadas, pois, além dessas, incluem também um forte componente de indústrias secundárias leves e pesadas de longa escala. Em decorrência desses fatos, na estrutura de transações inter-regionais, existem desigualdades nos efeitos benéficos que os países usufruem. Portanto, conclui-se que as políticas desempenhadas para distribuir e/ou gerenciar melhor os benefícios da produção entre os países devem estar fundamentadas em produtos de exportação e importação ligados a setores-chave.

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