Pesquisa e Planejamento Econômico, volume 29 | número 2 | agosto 1999

O custo de bem-estar do regime automotivo brasileiro

João Alberto De Negri

Resumo


A partir de 1995, o governo brasileiro editou um conjunto de medidas que ficaram conhecidas como regime automotivo brasileiro. Não há dúvidas na literatura internacional de que essas políticas têm impactos no bem-estar. Existem algumas dúvidas, entretanto, sobre sua magnitude e o segmento da sociedade em que recaem esses custos. Nosso objetivo é quantificar esses impactos. A Seção 1 apresenta um histórico das medidas governamentais que afetaram diretamente o setor automobilístico no período 1990/98. A Seção 2 relata como alguns economistas quantificaram os efeitos em termos de bem-estar de políticas semelhantes ao regime brasileiro em outros países. A Seção 3 estima esses efeitos para o regime no Brasil. A Seção 4 conclui o trabalho, apresentando
os seguintes resultados: o custo do regime automotivo para o consumidor nos quatro anos de vigência
será de aproximadamente R$ 35 bilhıes e o custo de cada emprego gerado ou poupado será perto de
R$ 356 mil. Pressupondo que a elasticidade-preço da oferta seja unitária, o ganho do produtor seria de
R$ 24,5 bilhões, o ganho de renda do governo, de
R$ 3,7 bilhões e a perda líquida total, de R$ 7,4 bilhões.

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