Pesquisa e Planejamento Econômico, volume 49 | número 2 | agosto 2019

Efeitos distributivos do aumento nos investimentos públicos em infraestrutura no Brasil

José Weligton Félix Gomes, Ricardo A de Castro Pereira, Arley Rodrigues Bezerra

Resumo


Este estudo tem por objetivo analisar efeitos macroeconômicos e de bem-estar entre alternativas de financiamento dos investimentos públicos em infraestrutura no Brasil, considerando famílias heterogêneas quanto à produtividade do trabalho e ao acesso ao crédito. No modelo existem dois tipos de famílias (tipo p e q) que atribuem utilidade aos bens públicos. A família do tipo p, de menor produtividade, não possui acesso ao capital, mas ambas recebem transferências do governo e pagam impostos sobre consumo e rendas do trabalho. O modelo foi calibrado com dados das Contas Nacionais e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Há 16,73% de famílias tipo p e 83,27% do tipo q, com renda média mensal per capita de R$ 552,78 e R$ 1.156,71, respectivamente. Três políticas foram propostas a fim de reproduzir a relação investimento público/produto interno bruto (PIB) de 3,75% no longo prazo obtida pelo estudo Impactos de Longo Prazo de Reformas Fiscais sobre a Economia Brasileira, de 2012. Os resultados das simulações determinam que uma redução concomitante no consumo do governo/PIB (2,26%) e nas transferências/PIB do agente tipo q (4,67%) para incrementos em infraestrutura pública garante ganhos de bem-estar comuns para todas as famílias.

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