Pesquisa e Planejamento Econômico, volume 49 | número 2 | agosto 2019

Duração do emprego formal e desigualdade de gênero no Brasil: o caso das famílias de baixa renda

Daniela Verzola Vaz, Danilo Braun Santos, Alexandre Ribeiro Leichsenring

Resumo


Neste artigo os microdados do Cadastro Único (CadÚnico) combinados com dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) são utilizados para examinar como as características da mão de obra e a composição familiar afetam a duração do emprego formal das pessoas pobres no Brasil, com ênfase nas diferenças observadas entre os gêneros. A análise da duração do emprego foi realizada com base no modelo de riscos proporcionais de Cox e em modelos de aceleração de tempo de falha com e sem tratamento para a heterogeneidade não observada, utilizando uma base de dados com mais de 1 milhão de indivíduos pertencentes a famílias pobres. Os resultados mostram que a presença de grávidas ou crianças pequenas no domicílio aumenta o risco de quebra do vínculo de emprego, assim como a presença de outro familiar no mercado formal de trabalho. Em todos esses casos, os efeitos são mais fortes para as mulheres que para os homens. Verificou-se, também, que a presença de adolescentes na residência atenua as exigências com cuidados domésticos que incidem sobre os adultos, anulando o efeito de redução do tempo no emprego causado pela presença de filhos pequenos na família.

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