Pesquisa e Planejamento Econômico, volume 50 | número 1 | abril 2020

Curvas de salário dinâmicas e efeitos sobre o salário real e o desemprego de longo prazo para a economia brasileira

Roberto Santolin, Mariangela Furlan Antigo

Resumo


Este artigo tem por objetivo estimar elasticidades salário-desemprego e verificar se diferentes grupos de indivíduos possuem diferenças quanto à flexibilidade dos salários reais. Para tanto, são utilizados dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de seis regiões metropolitanas – São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre – entre 2001 e 2015. Os resultados obtidos por meio de um modelo de curva de salário dinâmica e análises impulso-reposta sugerem que há inflexibilidade salarial no mercado de trabalho no curto prazo. Há diferenças substanciais entre as médias salariais e a taxa de desemprego entre os diferentes grupos avaliados. No entanto, após um choque adverso sobre a produtividade, caracterizado pelo aumento da taxa de desemprego no curto prazo, foi constatado que a inflexibilidade salarial é relativamente homogênea entre os grupos avaliados em um período de até seis anos. Indivíduos com nove anos ou mais de estudo possuem maior flexibilidade salarial apenas no longo prazo, em períodos de aproximadamente quinze anos.

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