O objetivo deste artigo é analisar a relação entre doenças cardiovasculares e salários no Brasil, com base nos dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013. Esta relação é analisada adotando-se uma estratégia empírica em dois estágios. Em primeiro lugar, estima-se um propensity score matching para avaliar a probabilidade de um trabalhador reportar ter alguma doença cardiovascular. No segundo passo, é estimado um modelo de regressão quantílica incondicional, em que o escore de propensão é utilizado como peso para garantir as condições de balanceamento nos grupos de suporte comum. Os resultados indicaram que indivíduos que reportaram ter alguma doença cardiovascular têm perdas salariais em torno de 11%. As evidências encontradas indicam que a prevenção primária de doenças cardiovasculares melhorará os resultados no mercado de trabalho. Além disso, a prevenção e o tratamento secundários, se puderem reduzir as complicações da doença, também poderão ter um impacto significativo sobre o salário e o mercado de trabalho.