Pesquisa e Planejamento Econômico, volume 54 | número 2 | agosto 2024

Estimando a produtividade do trabalho com matrizes de insumo-produto: uma análise para o Brasil no período 2000-2015

Roberto Luís Olinto Ramos, Claudio Monteiro Considera, Juliana Trece

Resumo


A produtividade do trabalho é medida, tradicionalmente, como a razão entre a renda gerada no processo produtivo – o valor adicionado bruto (remunerações + excedente operacional bruto) – e o número de postos de trabalho ou de horas efetivamente trabalhadas. Para isso, adotam-se os dados publicados anualmente nos Sistemas de Contas Nacionais (SCNs), mais especificamente nas tabelas de recursos e usos (TRUs). No entanto, há uma fonte de dados alternativa: as matrizes de insumo-produto (MIPs), que apresentam dados do valor adicionado líquido dos impostos sobre produtos e das margens de transporte e de comércio. O objetivo deste trabalho é comparar duas alternativas para estimar a produtividade do trabalho: usando o valor adicionado das TRUs ou o das MIPs. Com isso, é possível medir a influência dos impostos sobre produtos e das margens de comércio e de transporte, quando se mede a produtividade com os dados das TRUs. O texto também comenta que a análise da produtividade do trabalho deve ser realizada por atividade econômica. Avaliar a produtividade apenas com um olhar sobre o indicador agregado desconsidera as características das atividades econômicas e, principalmente, das metodologias adotadas para a mensuração de sua produtividade nos SCNs.

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