Neste artigo estimamos as elasticidades de Engel, para os dados de dispêndio familiar na cidade do Rio de Janeiro, em 1975, aplicando uma nova metodologia proposta por Kakwani (1977a, 19776 e 1980a).
As elasticidades são calculadas levando em conta tanto a curva de Lorenz para os dispêndios totais como a curva de concentração dos dispêndios com o item em estudo, permitindo a obtenção de trajetórias diversas e não-monotônicas para essas elasticidades, o que, aliás, distingue este método daqueles tradicionalmente utilizados.
Da comparação entre essas elasticidades e aquelas obtidas pelos métodos tradicionais e pela técnica da transformação Box-Cox, parece haver razoável concordância de resultados para alguns itens, mas há também diferenças não desprezíveis para certas faixas de dispêndio com outros itens.
Apesar de a análise não ter-se aprofundado a suficiente para permitir demonstrar qualquer superioridade de desempenho do novo método sobre os demais, sugerimos que, pelo menos, uma vantagem inegável do método de Kakwani é a possibilidade da obtenção de um índice geral de elasticidade para os dispêndios com um item sem que se especifique qualquer forma funcional para a sua curva de Engel. Adicionalmente, o índice de elasticidade de um item de dispêndio pode ser decomposto segundo os índices de elasticidades dos subitens que o compõem, o que certamente se constitui também numa propriedade atrativa do novo método.