Demanda efetiva e dinâmica em Kalecki
Mario Luiz Possas, Paulo E. A. Baltar
Resumo
A finalidade deste estudo é contribuir para uma avaliação da importância do obra de Kalecki na elucidação do funcionamento do economia capitalista.
Sua proposição central desloca, como principal contribuição desse autor, a formulação do princípio da demanda efetiva de um modo claro e propício à explicitação das mecanismos básicos da dinâmica econômica no capitalismo. Para tanto, rejeita-se a interpretação convencional da demanda efetiva que enfatiza o papel do gasto autônomo associado à intervenção do Estado e aos períodos recessivos, para colocá-los numa perspectiva teórica, onde passa a assumir o caráter de princípio geral necessário à refutação da "Lei de Say" e à elaboração de uma teoria dinâmica. Sob este enfoque, o artigo analisa a exposição da demanda efetiva feita por Kalecki, sublinhado o papel que nela tem a distribuição funcional da renda. Segue-se, uma interpretação geral da teoria do ciclo econômico desse autor, particularizada nos modelos de 1933 e 1954. Discute-se, ainda, a validade de uma análise de ciclo ''puro", em oposição à integração entre ciclo e tendência no mesmo quadro teórico. Sugerem-se, por fim, algumas das aplicações dinâmicas abertas pelo uso do esquema kaleckiano de três setores como instrumento analítico.
Sua proposição central desloca, como principal contribuição desse autor, a formulação do princípio da demanda efetiva de um modo claro e propício à explicitação das mecanismos básicos da dinâmica econômica no capitalismo. Para tanto, rejeita-se a interpretação convencional da demanda efetiva que enfatiza o papel do gasto autônomo associado à intervenção do Estado e aos períodos recessivos, para colocá-los numa perspectiva teórica, onde passa a assumir o caráter de princípio geral necessário à refutação da "Lei de Say" e à elaboração de uma teoria dinâmica. Sob este enfoque, o artigo analisa a exposição da demanda efetiva feita por Kalecki, sublinhado o papel que nela tem a distribuição funcional da renda. Segue-se, uma interpretação geral da teoria do ciclo econômico desse autor, particularizada nos modelos de 1933 e 1954. Discute-se, ainda, a validade de uma análise de ciclo ''puro", em oposição à integração entre ciclo e tendência no mesmo quadro teórico. Sugerem-se, por fim, algumas das aplicações dinâmicas abertas pelo uso do esquema kaleckiano de três setores como instrumento analítico.
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