Pesquisa e Planejamento Econômico, volume 36 | número 3 | dezembro 2006

Transporte, eficiência e desigualdade regional: avaliação com um modelo CGE para o Brasil

Eduardo Amaral Haddad

Resumo


O objetivo deste artigo é triplo. Primeiramente, apresentamos uma estrutura analítica flexível, com embasamento teórico e empírico sólido e consistente, de forma a avaliar os prováveis efeitos espaciais, setoriais e sobre a renda de mudanças nas políticas de transporte no Brasil. Trata-se do primeiro modelo CGE interestadual totalmente operacional para a economia brasileira, baseado em trabalho anterior do autor e associados. Dentre as funcionalidades dessa estrutura analítica, a modelagem de economias de escala e de custos de transporte permitem que se trabalhe de forma inovadora e explícita com questões teóricas ligadas a sistemas regionais integrados. Os resultados aparentemente reforçam a necessidade de se melhor especificar as interações espaciais em modelos CGE inter-regionais. Em segundo lugar, para ilustrar a capacidade analítica do modelo CGE, apresentamos um conjunto de simulações que avaliaram o impacto regional de uma redução nos custos de transporte, em linha com medidas recentes de políticas públicas. Em vez de promover uma avaliação crítica dessas medidas, procuramos enfatizar seus prováveis impactos estruturais. Em terceiro lugar, diagnósticos anteriores sugeriram a necessidade de se aprofundar a análise dos fluxos de comércio interestadual, podendo levar a generalizações em relação ao tipo de comércio envolvido, às mudanças em sua composição à medida que a economia brasileira se desenvolve e às implicações dessas diferenças estruturais na coordenação e implementação de políticas de desenvolvimento. Para dar conta dessa questão, tratamos adequadamente o comércio inter-regional ao considerarmos um sistema de contas interestadual plenamente especificado especialmente desenvolvido com o propósito de calibrar o modelo CGE.

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