Ciclos eleitorais e política monetária: evidências para o Brasil
Carlos Eduardo Soares Gonçalves, Fernando Roberto Fenolio
Resumo
O objetivo deste artigo é analisar a influência do calendário eleitoral sobre a condução da política monetária no Brasil. Através de uma regra de Taylor expandida com variáveis eleitorais, investigamos se o Banco Central (Bacen) atuou com objetivos políticos nas eleições do período pós-flutuação cambial. Os resultados obtidos mostram não haver evidências de que a taxa Selic tenha sido manipulada com fins eleitoreiros, o que está em linha com a evidência internacional atestando ausência de ciclos políticos na política monetária. Esse achado acaba reforçando também a percepção de que o Bacen tem desfrutado de verdadeira independência de instrumentos nos últimos anos. Contudo, como trabalhamos com uma amostra relativamente pequena de eleições, nossos resultados devem ser vistos com cautela.
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