Renda permanente e poupança precaucional: evidências empíricas para o Brasil no passado recente
Eustáquio Reis, João Victor lssler, Fernando Blanco, Leonardo Mello de Carvalho
Resumo
O objetivo central deste artigo é analisar empiricamente se há poupança precaucional no Brasil por parte dos agentes privados (famílias). Utilizam-se séries temporais agregadas e técnicas econométricas de variáveis instrumentais, incluindo máxima verossimilhança e o método generalizado dos momentos. O modelo teórico que serve como base para as estimativas econométricas é o da escolha intertemporal de quanto consumir e poupar. De forma complementar, usa-se um modelo em que uma parcela da população se vê restrita a consumir apenas a sua renda corrente para testar a validade da Teoria da Renda Permanente, estimando a proporção dos consumidores restritos para o Brasil.
As evidências empíricas comprovam que o efeito da incerteza sobre o consumo - e por conseqüência sobre a poupança - é não-trivial no Brasil. Nossas estimativas econométricas mostram que, sob o efeito da incerteza macroeconômica, a taxa de crescimento esperada do consumo é 1,6% a.a. maior do que aquela que vigoraria se eliminássemos essa incerteza. Adicionalmente, os testes econométricos revelam que aproximadamente 80% da população brasileira estão restritos a consumir apenas a sua renda corrente, valor relativamente alto para padrões internacionais.
As evidências empíricas comprovam que o efeito da incerteza sobre o consumo - e por conseqüência sobre a poupança - é não-trivial no Brasil. Nossas estimativas econométricas mostram que, sob o efeito da incerteza macroeconômica, a taxa de crescimento esperada do consumo é 1,6% a.a. maior do que aquela que vigoraria se eliminássemos essa incerteza. Adicionalmente, os testes econométricos revelam que aproximadamente 80% da população brasileira estão restritos a consumir apenas a sua renda corrente, valor relativamente alto para padrões internacionais.
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