Pesquisa e Planejamento Econômico, volume 28 | número 2 | agosto 1998

Independência do banco central: teoria e aplicações para o Brasil

Francisco José Zagari Rigolon

Resumo


O objetivo deste artigo é investigar a relevância da independência do Banco Central do Brasil (Bacen) para a eficiência da política de estabilização neste país. Inicialmente, são apresentados e discutidos os principais resultados da teoria da independência. A teoria normativa enfatiza a desejabilidade da escolha de indivíduos conservadores para dirigir bancos centrais independentes. A teoria positiva mostra que uma menor independência associa-se, caeteris paribus, com maior inflação média, maior variância da inflação, maior incerteza inflacionária e menor credibilidade da política monetária. Aplicações para o Brasil discutem a importância da independência para a eficiência da política de estabilização, contrastando períodos de inflação elevada (1980/93) e moderada (1994/...). Indicadores do grau de independência do Bacen foram construídos para os subperíodos 1980/85, 1986, 1987/89, 1990/93 e 1994/96 e sinalizam uma substancial elevação da independência após o Plano Real.

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