Este trabalho apresenta uma análise regional da importância de algumas variáveis explicativas (econômicas e sociodemográficas) para a desigualdade de rendimentos entre as pessoas ocupadas na agricultura brasileira, em 1981 e 1990. Em termos mais específicos, tem por objetivo investigar as relações entre a composição da população ocupada segundo essas variáveis e a desigualdade (através de decomposição estática), bem como entre mudanças nessa composição e na desigualdade (decomposição dinâmica). A base de dados é constituída por informações coletadas nas PNADs. A análise destaca o papel principal desempenhado pela variável posição na ocupação para a desigualdade e indica a preponderância do efeito renda para a explicação da variação da desigualdade total entre 1981 e 1990, na maior parte das regiões geográficas analisadas, quando se considera a população ocupada na agricultura dividida conforme categorias ocupacionais. Os resultados obtidos permitem concluir que a questão da desigualdade de rendimentos pessoais na agricultura brasileira deve ser trabalhada considerando-se, prioritariamente, a questão da concentração da posse da terra, simultaneamente à adoção de políticas cujo objetivo seja a melhoria educacional.