Crescimento dos fluxos de capital e desenvolvimento: uma visão geral das questões de política econômica
Robert Devlin, Ricardo Ffrench-Davis, Stephany Griffith Jones
Resumo
A América Latina desfrutou de uma expansão rápida dos fluxos de capital durante o período 1991/93. Esses influxos permitiram superar a restrição externa que estava contribuindo para baixos níveis de investimento e para uma grave recessão econômica na região. Entretanto, eles tiveram também um efeito indesejado sobre a evolução das taxas de câmbio, sobre o grau de controle da oferta monetária e, possivelmente, sobre a vulnerabilidade futura a novos choques externos. Este artigo reve os fundamentos conceituais do papel desempenhado pelos fluxos de capital externos no desenvolvimento e a questão da abertura da conta de capital (Seção 2), discute as fontes do recente crescimento acelerado dos fluxos de capital e algumas das implicações de política que se manifestam no lado da oferta (Seção 3) e avalia o impacto desses fluxos de capital nas economias da América Latina juntamente com as implicações de política (Seção 4). Os fluxos de capital são nitidamente um instrumento crucial para o desenvolvimento econômico. Porém, o caráter intertemporal das transações financeiras e a precariedade destes mercados contribuem pura fazer com que seu funcionamento seja um dos mais imperfeitos da economia. Portanto, melhores informações, regulamentação do setor financeiro e macrogestão ampla e prudente dos fluxos financeiros constituem um bem público em cujo gerenciamento há um papel a ser compartilhado pelos governos do lado da oferta (nações credoras) e do lado da demanda (nações devedoras).
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