O programa de estabilização mexicano: um balanço de três anos
Manuel Sánchez
Resumo
A instabilidade vivida pelo México em 1987 foi uma indicação de que eram insustentáveis as políticas financeira e cambial. O problema fiscal era a causa central da síndrome inflacionária. O objetivo do Pacto Mexicano foi o de reduzir a inflação ao mesmo tempo que evitava graves custos sociais. Para alcançar esta meta, foi utilizada a disciplina fiscal para reduzir as taxas de juros e, assim, diminuir as necessidades financeiras do governo. Outras medidas complementares, tais como controles de preços negociados por setor, ajudaram a evitar a recessão. Os resultados do programa de estabilização foram positivos sobretudo em termos da inflação e da renda per capita. Tal ambiente resultou na recuperação da credibilidade do programa que se refletiu na recente acumulação de reservas internacionais. Não obstante, dois problemas merecem atenção especial de um lado, os benefícios dos controles de preços são apenas temporários e podem ser contrarrestados por inconsistências causadas pelo grau de arbítrio utilizado em sua administração; e, de outro, ocorreu entre 1988 e 1990 um acúmulo real da dívida pública, e tanto a dívida externa como a interna permanecem altas. Finalmente, dois riscos a serem considerados são a pressão inflacionária gerada pelos influxos recentes de capital e a administração da taxa de câmbio, a qual tem efeitos sobre a capacidade de sustentação desses influxos no futuro.
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