Este artigo procura dar continuidade aos trabalhos escritos nos últimos anos sobre a dinâmica do salário real numa economia indexada e com aumentos salariais com periodicidade fixa. O artigo analisa o comportamento do salário real no regime da escala móvel que entrou em vigor na economia brasileira com a adoção do Plano Cruzado. Partindo da hipótese de endogeneidade do período entre os reajustes, mostra-se que o salário real, nesse regime, é de fato rígido, mas não imune a eventuais quedas decorrentes da verificação de taxas elevadas de inflação. Com base nisso, discutem-se então os riscos potenciais do mecanismo da escala móvel em termos de aumento da taxa de inflação.