Como deter a hiperinflação: lições da experiência inflacionária alemã da década de 20
Rudiger Dornbusch
Resumo
A hiperinflação alemã é o caso de laboratório típico para a teoria monetária: o financiamento do deficit público conduzindo à expansão monetária e à explosão inflacionária.
Este artigo investiga, uma vez mais, os fatos e a literatura sobre o assunto. Três pontos são explorados; questiona-se a ênfase conferida por Sargent ao caráter não ambíguo da política de equilíbrio do orçamento do governo; o papel da taxa de câmbio é considerado central no mecanismo inflacionário; e a persistência de taxas reais de juros extraordinariamente altas após a estabilização é interpretada como, talvez, essencial para o sucesso do programa. O trabalho observa também que muito do equilíbrio orçamentário do governo não se deveu ao corte drástico dos gastos ou ao aumento dos impostos, mas certamente a queda da inflação, que trouxe consigo um aumento brutal no valor real da arrecadação de impostos, dentro da estrutura fiscal já existente. Enfatiza-se que a fixação da taxa de câmbio como parte do programa de estabilização é uma forma de política de rendas que auxilia a economia a coordenar as expectativas e, conseqüentemente, a promover nana desinflação rápida e estável. O aumento abrupto nas taxas reais de juros é mostrado como resultado da destruição de liquidez durante a hiperinflação, algo que não poderia ser revertido em tempo suficientemente rápido. Assim, taxas nominais de juros elevadas combinadas com preços estáveis resultaram em altas taxas reais.
Este artigo investiga, uma vez mais, os fatos e a literatura sobre o assunto. Três pontos são explorados; questiona-se a ênfase conferida por Sargent ao caráter não ambíguo da política de equilíbrio do orçamento do governo; o papel da taxa de câmbio é considerado central no mecanismo inflacionário; e a persistência de taxas reais de juros extraordinariamente altas após a estabilização é interpretada como, talvez, essencial para o sucesso do programa. O trabalho observa também que muito do equilíbrio orçamentário do governo não se deveu ao corte drástico dos gastos ou ao aumento dos impostos, mas certamente a queda da inflação, que trouxe consigo um aumento brutal no valor real da arrecadação de impostos, dentro da estrutura fiscal já existente. Enfatiza-se que a fixação da taxa de câmbio como parte do programa de estabilização é uma forma de política de rendas que auxilia a economia a coordenar as expectativas e, conseqüentemente, a promover nana desinflação rápida e estável. O aumento abrupto nas taxas reais de juros é mostrado como resultado da destruição de liquidez durante a hiperinflação, algo que não poderia ser revertido em tempo suficientemente rápido. Assim, taxas nominais de juros elevadas combinadas com preços estáveis resultaram em altas taxas reais.
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