Pesquisa e Planejamento Econômico, volume 16 | número 1 | abril 1986

Como deter a hiperinflação: lições da experiência inflacionária alemã da década de 20

Rudiger Dornbusch

Resumo


A hiperinflação alemã é o caso de laboratório típico para a teoria monetária: o financiamento do deficit público conduzindo à expansão monetária e à explosão inflacionária.
Este artigo investiga, uma vez mais, os fatos e a literatura sobre o assunto. Três pontos são explorados; questiona-se a ênfase conferida por Sargent ao caráter não ambíguo da política de equilíbrio do orçamento do governo; o papel da taxa de câmbio é considerado central no mecanismo inflacionário; e a persistência de taxas reais de juros extraordinariamente altas após a estabilização é interpretada como, talvez, essencial para o sucesso do programa. O trabalho observa também que muito do equilíbrio orçamentário do governo não se deveu ao corte drástico dos gastos ou ao aumento dos impostos, mas certamente a queda da inflação, que trouxe consigo um aumento brutal no valor real da arrecadação de impostos, dentro da estrutura fiscal já existente. Enfatiza-se que a fixação da taxa de câmbio como parte do programa de estabilização é uma forma de política de rendas que auxilia a economia a coordenar as expectativas e, conseqüentemente, a promover nana desinflação rápida e estável. O aumento abrupto nas taxas reais de juros é mostrado como resultado da destruição de liquidez durante a hiperinflação, algo que não poderia ser revertido em tempo suficientemente rápido. Assim, taxas nominais de juros elevadas combinadas com preços estáveis resultaram em altas taxas reais.

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