Pesquisa e Planejamento Econômico, volume 46 | número 2 | agosto 2016

Os determinantes da decisão entre estudo e trabalho dos jovens no Brasil e a geração nem-nem

Eduardo A. Tillmann, Comim V. Flavio

Resumo


Este artigo busca identificar características dos jovens ligadas à decisão entre trabalhar e estudar. Para tal, duas definições de trabalho são utilizadas: a de ocupação remunerada e a que inclui os trabalhos sem remuneração, entre estes, a responsabilidade sobre os afazeres domésticos. Na primeira definição, verificou-se a importância do papel da educação dos pais e da renda do domicílio sobre a decisão de acumulação de capital humano dos filhos, reforçando a ideia de que existe uma transmissão intergeracional da educação e de oportunidades. Além disso, a maternidade associou-se às jovens não estarem mais estudando. Por sua vez, a segunda definição permitiu identificar diferenças principalmente para as mulheres jovens. Em geral, os resultados associam as mulheres da geração nem-nem à baixa escolaridade, ao meio rural, ao casamento e à maternidade. Uma comparação entre as duas definições de trabalho indica que na definição mais abrangente o efeito de residir no meio rural e do casamento intensifica-se nas chances das jovens serem nem-nem, enquanto a maternidade passa a indicar maior propensão de estarem apenas trabalhando. Dessa forma, o artigo destaca a necessidade de se buscar instrumentos que permitam a elas uma maior conciliação entre os afazeres domésticos, o mercado de trabalho e os estudos.

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