Pesquisa e Planejamento Econômico, volume 45 | número 3 | dezembro 2015

Utilizando um modelo DSGE para avaliar os efeitos macroeconômicos dos recolhimentos compulsórios no Brasil

Waldyr Dutra Areosa, Christiano Arrigoni Coelho

Resumo


O objetivo deste artigo é estimar um modelo dinâmico estocástico de equilíbrio geral (DSGE) para fazer uma avaliação quantitativa dos impactos macroeconômicos dos recolhimentos compulsórios quando comparados aos da taxa de juros de curto prazo. Para tal, estimou-se uma versão modificada do modelo proposto por Gertler e Karadi (2011), incorporando os recolhimentos compulsórios, utilizando a metodologia Bayesiana. No modelo estimado, existe uma restrição de alavancagem endógena imposta pelos depositantes aos bancos como forma de lidar com um problema de risco moral e com os recolhimentos compulsórios que afetam essa alavancagem máxima. Com os parâmetros do modelo estimados e calibrados para o Brasil, simularam-se as respostas das principais variáveis macroeconômicas às variações inesperadas na alíquota do compulsório e na taxa básica de juros. Os resultados mostram que uma variação de 10% na alíquota dos recolhimentos compulsórios tem um impacto macroeconômico bem inferior a uma variação de 1% ao ano da taxa básica de juros, o que coloca dúvidas em relação à eficácia do uso dos recolhimentos compulsórios como instrumento de política monetária.

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