Custos de transporte e a estrutura espacial do comércio interestadual brasileiro
Newton de Castro, Larry Carris, Bruno Rodrigues
Resumo
O objetivo deste artigo é estimar um modelo de comércio interestadual como base para quantificar
a demanda assim derivada por transporte e avaliar o impacto dos custos logísticos de abastecimento e distribuição na estrutura espacial do comércio interestadual brasileiro. A meta específica é quantificar os efeitos do componente transporte nos custos logísticos tanto no volume quanto na distribuição dos fluxos de comércio de cada estado, diferenciados por seus níveis de desenvolvimento econômico e estrutura produtiva. Identificam-se, assim, os estados que sofrem maior impacto nas suas relações de comércio pela oferta de serviços de transporte e pela qualidade desses serviços.
A estimação do modelo proposto testa especificações alternativas para a distribuição do erro e para a forma funcional do modelo. Os resultados encontrados mostram que o modelo tipo Poisson é mais apropriado do que o modelo tipo log-normal habitualmente empregado nas estimações de modelos de interação espacial. Ganhos substanciais de ajustamento são obtidos a partir do emprego de uma especificação funcional flexível, acomodando as não-linearidades inerentes a esse tipo de relação.O modelo exibe um excelente poder explicativo das relações de comércio, revelando inclusive o comportamento espacial de suas elasticidades em relação a seus principais determinantes. Entretanto, o desempenho preditivo do modelo ainda é insuficiente para que este seja aceito como uma descrição adequada dos dados, quando avaliado em termos de previsões de fluxos específicos. Uma possível explicação seria a opção pela parcimônia no número de variáveis explicativas utilizadas neste estudo. De fato, ao que a análise dos erros indica, há efeitos de vizinhança entre estados que induzem relações de comércio não capturadas pelas variáveis empregadas.
No caso específico do impacto dos custos logísticos no comércio, constatou-se que os efeitos sobre os estados são muito diferenciados. Particularmente, os fluxos mais afetados são aqueles entre estados com maior proporção de produção agrícola e os de comércio, que percorrem distâncias mais longas. Por outro lado, fluxos entre estados mais industrializados ou mais concentrados na produção de serviços são relativamente menos afetados; o impacto dos custos logísticos do comércio são ainda mais atenuados nas relações entre estados vizinhos ou mais próximos.
a demanda assim derivada por transporte e avaliar o impacto dos custos logísticos de abastecimento e distribuição na estrutura espacial do comércio interestadual brasileiro. A meta específica é quantificar os efeitos do componente transporte nos custos logísticos tanto no volume quanto na distribuição dos fluxos de comércio de cada estado, diferenciados por seus níveis de desenvolvimento econômico e estrutura produtiva. Identificam-se, assim, os estados que sofrem maior impacto nas suas relações de comércio pela oferta de serviços de transporte e pela qualidade desses serviços.
A estimação do modelo proposto testa especificações alternativas para a distribuição do erro e para a forma funcional do modelo. Os resultados encontrados mostram que o modelo tipo Poisson é mais apropriado do que o modelo tipo log-normal habitualmente empregado nas estimações de modelos de interação espacial. Ganhos substanciais de ajustamento são obtidos a partir do emprego de uma especificação funcional flexível, acomodando as não-linearidades inerentes a esse tipo de relação.O modelo exibe um excelente poder explicativo das relações de comércio, revelando inclusive o comportamento espacial de suas elasticidades em relação a seus principais determinantes. Entretanto, o desempenho preditivo do modelo ainda é insuficiente para que este seja aceito como uma descrição adequada dos dados, quando avaliado em termos de previsões de fluxos específicos. Uma possível explicação seria a opção pela parcimônia no número de variáveis explicativas utilizadas neste estudo. De fato, ao que a análise dos erros indica, há efeitos de vizinhança entre estados que induzem relações de comércio não capturadas pelas variáveis empregadas.
No caso específico do impacto dos custos logísticos no comércio, constatou-se que os efeitos sobre os estados são muito diferenciados. Particularmente, os fluxos mais afetados são aqueles entre estados com maior proporção de produção agrícola e os de comércio, que percorrem distâncias mais longas. Por outro lado, fluxos entre estados mais industrializados ou mais concentrados na produção de serviços são relativamente menos afetados; o impacto dos custos logísticos do comércio são ainda mais atenuados nas relações entre estados vizinhos ou mais próximos.
Texto Completo: PDF