Pesquisa e Planejamento Econômico, volume 52 | número 2 | agosto 2022

Pobreza multidimensional fuzzy nos municípios brasileiros em 2010

Maríndia Brites, Solange Regina Marin, Júlio Eduardo Rohenkohl

Resumo


Este artigo, com base na abordagem das capacitações de Sen (1985; 1988; 2000; 2001), tem por objetivo medir a pobreza fuzzy para os municípios brasileiros em 2010. Utilizando-se dados do Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram selecionados dezesseis indicadores distribuídos nas dimensões condições de moradia, renda, acesso ao conhecimento e educação e saúde e condições sanitárias, com o objetivo de construir cinco índices de pobreza: os quatro primeiros para cada uma das dimensões e o último para o Índice Fuzzy de Pobreza Agregado – IFP (IBGE, 2011). A teoria dos conjuntos fuzzy permite abordar a pobreza como um fenômeno complexo e gerar o índice relativo de pobreza. Os resultados encontrados mostram que a pobreza não é restrita apenas à dimensão renda, que apresentou a menor privação nos municípios. Medidas multidimensionais permitem que a pobreza seja reduzida de forma mais eficaz, ao considerar as privações sofridas em outras dimensões não restritas à renda monetária. Os resultados indicam que existe maior pobreza na dimensão saúde, seguida por educação e moradia. Os indicadores com as maiores privações são microcomputador e máquina de lavar. As regiões Norte e Nordeste são as que possuem o maior número de municípios na situação de pobreza muito alta e alta.

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