No período de maior intensidade do processo de industrialização substitutiva de importações, a atividade agrícola no Brasil foi pesadamente taxada através de distorções na estrutura de preços doméstica. O artigo analisa, de uma forma sistemática, a magnitude e direção da taxação implícita efetiva sofrida pelo setor no período 1950/74. Uma política de crédito rural altamente subsidiado (para insumos modernos comprados) foi acionada a partir de meados da década de 60. Contudo, enquanto as políticas que afetavam os preços dos produtos agrícolas taxavam todos os produtores agrícolas uniformemente, a política de crédito beneficiava apenas os segmentos mais abastados e tecnologicamente mais avançados dentro do setor agrícola. Assim, a rápida formação de capital e a incidência da taxação implícita, que resultaram das políticas de preço de produtos e de crédito de insumos, foram altamente seletivas e discriminatórias, não apenas entre os setores agrícola e não-agrícola, como tem sido usualmente admitido a priori, mas também dentro do própria agricultura.