Pesquisa e Planejamento Econômico, volume 35 | número 1 | abril 2005

Geração de empregos e realocação espacial no mercado de trabalho brasileiro — 1992-2002

Lauro Ramos, Valéria Ferreira

Resumo


O objetivo principal deste estudo é examinar a geração e, principalmente, a distribuição ao longo do território nacional dos empregos criados no Brasil entre 1992 e 2002, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Além da ocupação como um todo, são também inspecionados segmentos específicos — segundo recortes setoriais e por características dos trabalhadores — bem como o contingente de desocupados. Os resultados desse exercício mostram que o processo de realocação espacial no mercado de trabalho brasileiro ocorreu de forma diferenciada, segundo o objeto de análise: por um lado, tanto a ocupação quanto a desocupação total não apresentaram mudanças significativas na sua distribuição espacial no período; por outro, para alguns segmentos específicos — cabendo destacar o emprego na indústria, o emprego formal e, também, o desemprego entre trabalhadores que são chefes de família —, as mudanças na distribuição espacial são mais pronunciadas, com destaque para o contraste entre as áreas metropolitanas e o restante do país. Uma implicação importante desses achados é que os resultados das pesquisas domiciliares mais conjunturais — que são restritas às regiões metropolitanas, como a PME — podem ser bons indicadores da realidade do mercado nacional no que se refere ao crescimento da ocupação total e ao comportamento da taxa de desemprego, por exemplo, mas nem sempre refletem adequadamente mudanças na composição setorial ou, segundo atributos dos trabalhadores, de emprego e desemprego.

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