Crescimento econômico e mudança ocupacional: uma crítica à hipótese dualista
Paulo Vieira da Cunha
Resumo
Tendo por base uma amostra de trabalhadores na cidade de Monterrey, o segundo mais importante pólo industrial do México, este trabalho analisa a relação empírica entre a probabilidade de mudança ocupacional e o aprofundamento do processo de crescimento econômico através da substituição de importações durante o período de 1940 a 1965. Conclui que, por si só, esse processo não implicou entraves crescentes à fluidez entre as ocupações na base da estrutura ocupacional, contradizendo, portanto, a hipótese de que as políticas econômicas adotadas para efetivá-lo provocaram, ao atuarem sobre as decisões técnicas das empresas, o desenvolvimento crescentemente desigual de dois mercados de trabalho urbano: um protegido ou moderno e outro desprotegido ou tradicional. Observa-se, isto sim, uma estreita correspondência entre as variações na probabilidade de mudança ocupacional e a ritmo de acumulação.
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