Este ensaio apresenta uma versão analítica de interpretações estruturalistas da inflação latino-americana, enfatizando as diferenças entre os setores produtores da economia e chamando a atenção para as relações entre o processo inflacionário e a distribuição do produto entre salários, lucros e renda agrícola.
O modelo compreende: um setor produtor de alimentos, cujos preços são determinados no mercado; um setor industrial, com preços administrados; e um setor exportador. Os preços internacionais das importações e exportações são dados. Os salários tendem a aumentar com os preços agrícolas e industriais. A taxa de câmbio é fixada de forma a acompanhar a inflação interna.
Mostra-se que as hipóteses estruturalistas são suficientes para gerar desequilíbrios que se resolvem numa alta permanente de preços.
Examinam-se diferentes políticas de estabilização, mostrando-se que elas implicam necessariamente a mudança dos preços relativos e a distribuição da renda.
Explora-se ainda o impacto da alta do preço do petróleo sobre a economia, verificando-se a proposição estruturalista de que uma elevação dos custos de produção não ocasiona apenas um aumento no nível de preços, mas gera um processo inflacionário.