Pesquisa e Planejamento Econômico, volume 24 | número 1 | abril 1994

A família brasileira na força de trabalho: um estudo de oferta de trabalho -1978/88

Jorge Jatobá

Resumo


Neste trabalho, busca-se uma melhor compreensão de como se dividem as decisões de participação na força de trabalho entre os indivíduos cujos recursos se agregam no contexto da família. A fonte de dados é a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), e a unidade de observação é a família, classificada segundo o sexo do chefe, residente nas áreas metropolitanas do Nordeste e do Sudeste.
O estudo contém duas partes: na primeira, apresenta-se uma análise das tendências da taxa de participação, do desemprego e da renda familiar durante o período 1978/88; e, na segunda, especifica-se um modelo de participação familiar na força de trabalho para o ano de 1988, no qual se testam as hipóteses de que uma diminuição no nível de renda do chefe da família e um aumento do desemprego na família conduzem a um aumento da oferta de trabalho dos demais membros do domicílio (cônjuge, filhos, agregados).
Os resultados revelam que tanto uma queda na renda do chefe (efeito-renda) quanto um aumento do desemprego familiar (efeito-desemprego) conduzem a um aumento na oferta de trabalho das famílias. O efeito-renda, mais forte no Sudeste, também é mais presente entre as famílias pobres e tende a cair à medida que se eleva a renda do chefe, até desaparecer entre as famílias melhor situadas no espectro de renda. O efeito-desemprego, mais importante no Nordeste, e mais homogêneo entre os distintos níveis de renda, embora também perca força à medida que a renda do chefe se eleva.

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