Pesquisa e Planejamento Econômico, volume 24 | número 1 | abril 1994

O modelo hiperinflacionário da demanda por moeda de Cagan e o caso do Brasil

José W. Rossi

Resumo


Inicialmente, comparamos características monetárias atuais do processo inflacionário brasileiro com aquelas tanto dos casos clássicos de hiperinflação européia, do início dos anos 20, como da quase-hiperinflação por que passou Taiwan, entre 1945 e 1949; esta última devido, sobretudo, às suas semelhanças com o caso do Brasil. Em seguida, testamos o modelo hiperinflacionário da demanda por moeda de Cagan com dados mensais do Brasil a partir de 1980, considerando distintos períodos. 0 teste, que consiste essencialmente em verificar se há co-integração entre as variáveis encaixes monetários reais e taxa de inflação, mostrou que o modelo de Cagan não pode ser rejeitado em muitos dos períodos analisados, implicando estimativa superconsistente do parâmetro de interesse no modelo de Cagan. Nesses casos, calculou-se a taxa de inflação que maximiza a receita do imposto inflacionário, confrontando-a em seguida com a taxa de inflação efetivamente observada. Conclui-se, então, serem essas taxas, em geral, estatisticamente distintas, com a taxa observada sendo a maior delas, o que, aliás, tipicamente ocorre em situações de hiperinflação, coma Cagan (1956) pôde constatar no seu estudo sobre os casos clássicos de hiperinflação.

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