Pesquisa e Planejamento Econômico, volume 22 | número 2 | agosto 1992

A carteira de trabalho no mercado de trabalho metropolitano brasileiro

Valéria Lúcia Pero

Resumo


Este artigo analisa o papel das relações formais e informais de trabalho sobre o funcionamento do mercado de trabalho metropolitano brasileiro ao longo da década de 80, com especial atenção na avaliação do grau de segmentação desse mercado. Tal objetivo é atingido analisando-se como os três indicadores - diferencial salarial entre empregados com e sem carteira de trabalho assinada, grau de informalidade, isto é, a proporção de empregados contratados informalmente, e taxa de desemprego - variam ao longo dos anos 80, entre as regiões metropolitanas, por nível educacional e faixa etária. Com a análise desses três índices ao longo da década de 80, buscamos evidências de que o emprego informal atua como um "colchão" em períodos de retração econômica, além de verificarmos os grupos de trabalhadores mais atingidos pela queda do nível de atividade. Na análise regional, verificamos como o hiato salarial e o grau de formalização se correlacionam com o intuito de testar uma explicação dual para o mercado de trabalho. No estudo das variações desses indicadores por qualificação (educação e idade) dos trabalhadores, verificaremos se a carteira de trabalho tende a proteger prioritariamente os trabalhadores menos qualificados, onde este será o caso se o hiato salarial for mais elevado para este grupo de trabalhadores.

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