Inflação, indexação e preços relativos: novas evidências para o Brasil
Elena Landau, Suzana S. Peixoto
Resumo
Este artigo procura testar a relação entre inflação e dispersão de preços relativos no Brasil; uma relação presumivelmente positiva como sugere a resenha da literatura apresentada na seção inicial A evidência para o caso brasileiro, no período de 1975 a 1990, mostra que o grau de dispersão de preços relativos é fortemente influenciado pelos planos de estabilização implementados na segunda metade da década de 80 que utilizaram em alguma medida congelamento de preços. A análise econométrica não confirmou a existência de uma correlação positiva entre inflação e o grau de dispersão de preços relativos. Como a medida de dispersão utilizada na realidade reflete a amplitude dos desvios em relação à média, a forte presença de mecanismos de indexação pode justificar que, apesar da significativa aceleração inflacionária do período analisado, a grau de dispersão não tenha se elevado de forma correspondente. Isto não quer dizer que a estrutura de preços relativos tenha se mantido estável no período, dado que, apesar de crescentemente sofisticados, os mecanismos de indexação não garantem uma sincronização perfeita dos reajustes de preços.
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