Hiperinflação recorrente e estabilização na Nicarágua
José Antonio Ocampo
Resumo
Este estudo analisa as condições que propiciaram a hiperinflação crônica na Nicarágua no final da década de 80 e início da década de 90. Os enormes desequilíbrios fiscais, de crédito e do balanço de pagamentos foram a característica culminante no país logo após a vitória dos sandinistas em 1979. A inflação veio depois, com um atraso inicial significativo. Diversos programas maciços de ajuste foram adotados em 1988, a fim de corrigir os desequilíbrios existentes. A tentativa de corrigira sobrevalorizaçao cambial sem urna política monetária e fiscal consistente levou ao primeiro surto hiperinflacionário, em 1988. O programa de estabilização de 1989 reduziu sensivelmente a tara de inflação, mas foi abandonado logo após a derrota eleitoral dos sandinistas em fevereiro de 1990. Os renovadas desequilíbrios fiscais e monetários, juntamente com a forte resistência dos sindicatos e a crescente indexação do dólar, serviram de pano de fundo para um segundo surto hiperinflacionário em 1990, desta vez já no governo Chamorro.
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