Este trabalho analisa o comportamento dos salários agrícolas e estima modelos de determinação para
esses salários no Brasil no período 1971-1996. Para tanto, os trabalhadores são desagregados em
duas categorias (permanentes e temporários) e os seus salários são tomados em médias para todo o
Brasil e para as regiões mais e menos tecnificadas. Um modelo teórico que considera a segmentação
do mercado de trabalho e o papel do salário mínimo como indexador dos salários agrícolas é elaborado.
A partir desse modelo, equações econométricas de determinação dos salários são definidas. As
equações são estimadas utilizando-se os dados arrumados em pooling e o procedimento econométrico
elaborado por Fuller e Battese. Observa-se, entre os resultados, que os salários agrícolas no Brasil e
em suas regiões são fortemente determinados pelo salário mínimo. De outro lado, a produtividade do
trabalho teve diferentes impactos sobre os salários agrícolas, dependendo da categoria do trabalhador
e da região. O artigo termina por sugerir algumas políticas que permitam aos trabalhadores
agrícolas obter maiores vantagens do grande aumento da produtividade que tem ocorrido na
agropecuária brasileira nas três últimas décadas.