Mobilidade intergeracional de renda no Brasil: uma análise da evolução nos últimos vinte anos
Gabriela Freitas da Cruz, Valéria Pero
Resumo
Este artigo investiga a evolução da mobilidade intergeracional de renda no Brasil ao longo dos anos 2000, quando foi observada a redução da desigualdade dos rendimentos do trabalho, e o papel da educação nesse processo. Foram estimadas regressões a partir do método de variáveis instrumentais em duas amostras para mensurar a relação entre as rendas de pais e filhos (homens). A elasticidade intergeracional da renda (IGE) caiu de algo em torno de 0,65 a 0,77 em 1996 para algo em torno de 0,42 a 0,53 em 2014. Os indicadores que eliminam os efeitos da distribuição de renda, porém, permaneceram quase constantes. Sobre o papel da escolaridade, a relação entre rendimento dos pais e rendimento dos filhos quando se controlam os anos de estudo permanece estável nas regressões que relacionam os níveis de renda, mas chega a aumentar naquelas que relacionam suas posições na distribuição.
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