Decomposição dos efeitos de intensidade energética no setor industrial brasileiro
Ronaldo Serôa da Motta, João Lizardo de Araújo
Resumo
Na economia brasileira, o consumo final de energia (10 3 tEP) em relação ao PIB (10 9 CzS) declinou de 7,6 para 6,0 no período 1973/84. No setor industrial, todavia, o uso de eletricidade cresceu quase 200%, enquanto o de óleo combustível reduziu-se em mais de 20%. Estas mudanças no padrão de consumo de energia não podem ser analisadas sem se considerarem as alterações ocorridas no lado da oferta de energia, decorrentes dos chamados choques do petróleo, que incentivaram as políticas de conservação e substituição. Da mesma forma, a estrutura industrial brasileira presenciou, naquele período, transformações significativas tanto em intensidade quanto em diversidade. Assim, este estudo objetiva decompor as variações de consumo industrial de energia em três componentes: efeito atividade, efeito estrutura e efeito conteúdo. O efeito atividade capta as mudanças relativas às variações do nível de atividade do setor, enquanto o efeito conteúdo representa as variações na intensidade de energia descontadas dos efeitos estruturais resultantes das mudanças na composição do produto industrial. As estimativas são realizadas separadamente para energia elétrica, óleo combustível e outras combustíveis, o que permitiu relacioná-las com os principais aspectos do crescimento econômico nacional e da política cu energética do período. Dessa análise conclui-se com algumas sugestões para subsidiar o planejamento energético considerando-se a nova realidade dos preços internacionais do petróleo e das restrições de eleita de energia elétrica.
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