O consumo de alimentos ultraprocessados pode ser reduzido com taxação? Evidências para o Brasil
Autores
Cláudia César Batista Julião
Alexandre Bragança Coelho
Maria Micheliana da Costa Silva
Palavras-chave:
Alimentos ultraprocessados, Taxação, Brasil
Resumo
Este trabalho teve como objetivo analisar os efeitos da taxação na demanda de alimentos ultraprocessados no Brasil e suas implicações sobre o estado nutricional dos brasileiros, a partir de dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (POF/IBGE) de 2008 a 2009. Para isso, estimou-se um sistema de demanda de alimentos com o método quadratic almost ideal demand system (Quaids), e, a partir das elasticidades obtidas, foram simulados cenários de taxação. Em termos gerais, a política de tributação seria eficaz para reduzir a demanda dos alimentos ultraprocessados e, em contrapartida, aumentar o consumo de alimentos mais saudáveis, como frutas, legumes e verduras. Ademais, a taxação contribuiria para tonar a dieta do brasileiro menos calórica e reduziria a ingestão de sódio, ácido graxo saturado e açúcar de adição. Com o imposto, as taxas de sobrepeso e de obesidade no Brasil poderiam cair mais de 10%.