O modelo hiperinflacionário da demanda por moeda de Cagan e o caso do Brasil

Autores

  • José W. Rossi

Resumo

Inicialmente, comparamos características monetárias atuais do processo inflacionário brasileiro com aquelas tanto dos casos clássicos de hiperinflação européia, do início dos anos 20, como da quase-hiperinflação por que passou Taiwan, entre 1945 e 1949; esta última devido, sobretudo, às suas semelhanças com o caso do Brasil. Em seguida, testamos o modelo hiperinflacionário da demanda por moeda de Cagan com dados mensais do Brasil a partir de 1980, considerando distintos períodos. 0 teste, que consiste essencialmente em verificar se há co-integração entre as variáveis encaixes monetários reais e taxa de inflação, mostrou que o modelo de Cagan não pode ser rejeitado em muitos dos períodos analisados, implicando estimativa superconsistente do parâmetro de interesse no modelo de Cagan. Nesses casos, calculou-se a taxa de inflação que maximiza a receita do imposto inflacionário, confrontando-a em seguida com a taxa de inflação efetivamente observada. Conclui-se, então, serem essas taxas, em geral, estatisticamente distintas, com a taxa observada sendo a maior delas, o que, aliás, tipicamente ocorre em situações de hiperinflação, coma Cagan (1956) pôde constatar no seu estudo sobre os casos clássicos de hiperinflação.

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Publicado

2007-04-03

Edição

Seção

Artigos